domingo, 26 de setembro de 2010

No fundo, essa é a verdade: me sinto só. Talvez seja essa a causa dos meus males. Preciso do teu beijo de mel na minha boca de areia seca, preciso da tua mão de seda no couro da minha mão crispada de solidão. Podia ter dado certo entre a gente, ou não, eu nem sei o que é dar certo, Daqui a pouco eu nem vou mais estar nas coisas que você vê, serei apenas passado e o fato de ser passado lhe trará até um certo alívio. Serei apenas uma fruta mordida apodrecendo num canto do quarto.
Viver agora, tarefa dura. cada dia arrancar das coisas, com as unhas, uma modesta alegria, em cada noite descobrir um motivo razoável para acordar pela manhã, eu sempre digo que posso ter uma solidão medonha, mas sempre vai haver um vasinho de flor num canto. A gente pode enfeitar a amargura, mesmo que com a faca da nostalgia cravada fundo no peito.
Mas sabe que ultimamente eu tenho achado, aqui dentro de mim, em silêncio, que nem gosto mais muito de viver.
Não, não vou tomar nenhuma medida drástica, a não ser continuar, tem coisa mais auto destrutiva do que insistir sem fé nenhuma? Ah, passa devagar a tua mão na minha cabeça, toca meu coração com teus dedos frios, eu tive tanto amor um dia.

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